terça-feira, 12 de maio de 2009

Crônicas Experimentais IV

Sinto-me uma carcaça ambulante
meu sangue foi drenado
minha energia sugada
meus sonhos viraram pratos
de desejos vazios e ressecados
meus olhos viraram cálices
distantes, inócuos, inútilizados
vampiros nunca viram tanta fartura
sugam minhas energias
gota a gota
sem pudor nem resguardo
fantasmas assombram meus pensamentos
e banham-se em litros e litros
do sangue recolhido,
constantemente drenado.
me delicio com verdades cruas e insípidas
me perco em movimentos desalinhados
as dores são constantes
em cada pedaço do espantalho
me alimento em busca de vigor
mas não me satisfaço
falta algo mais intenso
talvez mais interno
mais profundo
um sorriso
um carinho
um abraço
do vazio
do silêncio
do espaço
quem sabe da vida.

Lincoln Castro 22 de março de 2006

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