domingo, 25 de outubro de 2009

Ola

terça-feira, 12 de maio de 2009

Meu lado inteiro


A cada dia se salienta
a imagem apenas aumenta
de quem ao menos tenta
pois não sabe parar.

Ausente é a crença
de quem ao menos pensa
distante diferença
tudo no mesmo lugar.

Meu choro é de criança
minha manha é de esperança
de quem nunca se cansa
de quem quer lutar

Não sei onde esqueci minha cabeça
num simples toque vira a avessa
já colei pra sempre, esqueça
daqui não vai desgrudar

Mas nem tudo é pra sempre
mas nada impede que a gente tente
unha com unha, dente com dente
e para o infinito apenas te amo.

Crônicas experimentais X

Crônicas experimentais X

Se fosse pra escrever algo pra voce
quais seriam as melhores palavras
as mais corretas
sera que isso existe?
sera que conseguiria dizer em apenas palavras
como te admiro e como me encantei assim?
são tantas e ao mesmo tempo poucas
as pequenas palavras que serviriam pra dizer
que me perco em teu encanto.
que amo o teu sorriso
que me desfaço, me desmancho
só de ouvir o teu riso
minha amada
não sei..
imagino a chuva
que cai la fora
gota a gota
fazendo caricias em sua face
caricias suaves e constantes
e junto vem o leve cheiro de orvalho
perfumando o meu quarto
ah como eu gostaria de sentir seu lábios
esquentando o meu rosto
um simples afago e um abraço
eterno e suspirado
um arrepio interminável
se é que existe
um fim de fato.
não perguntes pra quem
esse poema foi feito
pois não tenho coragem de dizer
sou assim tímido,
perdido no anonimato.

Lc. 23 de maio de 2006

Crônicas Experimentais VIII

afaste-se
não fique perto de mim
não sou bom conselheiro
boa companhia
bom nada.
outrora talvez tenha sido
mas atualmente sou apenas
um esboço desgarrado
uma pedra que urge
a ser atirada.

O fantasma não se foi
criei uma fantasia tão real
que não consigo aceitar outra realidade
são todos os pequenos detalhes
o imenso conjunto de detalhes
que me fazem voltar a realidade
a falsa realidade que
muitos dizem
que nunca deveria ter entrado
o problema é justamente esse
eu adoro aquela realidade
sei de todos os defeitos
sei de todos os problemas
ou sei de quase todos eles.
mas conheço as belezas
as virtudes e o amor
coisas que me prendem
até os dias de hoje
até bem agora...
estou cansado desses discursos
compreendo e aceito muito bem todos eles
já inclusive ministrei alguns deles a alguma "pobre alma"
que um dia teve coragem de me pedir conselho..
coselho a quem? logo a mim.
um fiel a doutrina alheia
mas infiel ao seu próprio ego.
me rasgo em porcas palavras pra que?
por que não consigo largar?
por que não consigo aceitar as novas oportunidades?
pareço uma criança ou um adolescente entupido de porques.
já foi embora
não existe mais
como que abre a merda da porta
para voltar para a realidade
de quem é são?
to cansado.

Lc. 10 de maio de 2005

Crônicas experimentais IX

Crônicas experimentais IX

Ah se eu tivesse domínio sobre as ferramentas do mundo
ah se eu soubesse como entender as várias estradas partidas
se ao menos fosse diferente estar naquela estado
se ao menos fosse divertido ter a corda roída
pudera ouvir a voz que encanta
sentir o peito macio e pulsante
sentir a pedra na testa ferida
sentir a lâmina
ou estar de saída.
Ah se meu vazio não sentisse falta de um esmo
se meus sentidos não fossem cheios de mim mesmo
se minha garra não fosse feita de vidro opaco
ou então se meu cachimbo não agredisse o olfato
sei que a corrente é a vida
e que afasta a sabida
e não sei onde fica a subida
e a ladeira me conduz
não..não estou de capuz
não tenho mordaças
nem medo da cruz
sou mesmo enfático
nem um pouco guiado pelo que falo
muito menos pelo falo
severo sera a minha escória
então suma e sinta-se bem
pois não farás parte da minha história

lc. 22 de maio de 2006

Crônicas experimentais VII

Estava subindo a ladeira
quando lá pelo meio começei a escutar
uma batucada maneira
meio ligeira
que no final a rima
era um "...pode chegar"
pois fui eu chegando
bem devagarinho
bem de mansinho
pra analizar
o que aquela batida maneira
estava dizendo
e como era acolhedor ouvir
o "...pode chegar"

quando vi não era só uma roda
como antes imaginei
pensei que ia ter um bandolim,
percussão e cavaco...
mas encontrei sax,flautas,
varios instrumentos,
um verdadeiro banquete
todos a tocar em cima de um belo palco
de zero centimetros de altura
montado justamente
pra todo mundo poder chegar
sem diferenças ou inimigos
apenas bela música pra qualquer um cantar
a rima que já mexia com meu suigue
aquela mesma ainda
"... pode chegar"

quando ao longe escuto
uma bela fanfarra chegando
era o mestre tenório
e sua banda imaginária
cantando suas canções
em forma de sambas, valsas e maxixes
e logo logo ele se juntaram ao nosso bloco
isso mesmo... um bloco!
e o mestre tenório se pôs a saudar
e começaram a batucada
com sempre aquela rima gostosa
que terminava com
"....pode chegar"

Crônicas experimentais VI

O nada.
preenche tudo com um vazio insaciável
com uma cor de ácido inoxidável
de ferida descartável
de algo lamentável.
metade corrida
saudade ardida
cometa a subida
na cara lânguida
na cereja lambida
que preste apertada
que veste avantajada
que coisa enxaguada
que cara lavada
que coisa exaurida
na meia ausência
na feia evidência
da minha reversidade
e não tem uma simples verdade
que me encha de medo
ou uma simples saudade
que não me deixe em cheio.
saúda a simples da tarde
debuta na feia da cidade
na praça na bandeja
no copo ou na cerveja
formigas crocantes
com gosto de areia
salgada sofrida
lambendo a ferida
gostaram ou ficaram
sólida vontade
enjoativa piedade
da minha fé na enxada
que corta a madeira
e aquece meus filhos.
cansaram?
eu tambem.

28 de abril de 2006

Crônicas Experimentais V

1 milhão de dólares ou 1 milhão de abraços?
O que é preciso para ser feliz?
O que é preciso para se ter paz?
É preciso uma coisa óbvia...
É preciso se ler
conhecer seus desejos, seus sonhos, suas vontades
conhecer-se, se ler.
Auto leitura de sua memória
ler a vida com olhar deprimido
ou ler com olhar de artista
procurando ler todas as belezas?
Olhar para a sua estrada
e dizer "Quem aqui sou eu?"
pra que grandes vivências ou "grandiosas belezas"
por que não encontrar as belezas nos pontos comuns
Assim como as cores dos telhados do gueto negro
ou do sorriso do pai e do alívio da mãe
e do canto do conto da criança que vivia sua história
a mais bela das estórias
que é a história do dia a dia, do agora.
Aquela história mesmo,
aquela que vivemos agora mesmo
Fugir daquela estória
que o consumidor não tem história
que é um uníssono deselegante
de um mesmo instrumento
que só da corpo e quantidade
mas não é vida colorida
e não tem alma.

Lincoln Francisco de Oliveira Castro 22 de março de 2006

Crônicas Experimentais IV

Sinto-me uma carcaça ambulante
meu sangue foi drenado
minha energia sugada
meus sonhos viraram pratos
de desejos vazios e ressecados
meus olhos viraram cálices
distantes, inócuos, inútilizados
vampiros nunca viram tanta fartura
sugam minhas energias
gota a gota
sem pudor nem resguardo
fantasmas assombram meus pensamentos
e banham-se em litros e litros
do sangue recolhido,
constantemente drenado.
me delicio com verdades cruas e insípidas
me perco em movimentos desalinhados
as dores são constantes
em cada pedaço do espantalho
me alimento em busca de vigor
mas não me satisfaço
falta algo mais intenso
talvez mais interno
mais profundo
um sorriso
um carinho
um abraço
do vazio
do silêncio
do espaço
quem sabe da vida.

Lincoln Castro 22 de março de 2006

Crônicas Experimentais III

Crônicas Experimentais III

Quem me dera que tudo fosse errado
e que este fosse apenas o fim
se a curva é para o outro lado
que poste é esse que me diz: sim?
quero uma cor bem definida
com gosto de licor de algodão
quero uma rosa bem sofrida
que fique eternamente na forma de botão.
Esqueço que sempre é o errado
que inicia o outro fim
que é sempre o mais resguardado
que avança vitorioso pelo jardim
e a rosa sempre abre na hora certa
e a vida sempre fica la desperta
e a morte sempre a tua espera
seja errado
seja inicio
seja certo
ou seja em mim.

Lincoln Castro 20 de março de 2006

Crônicas experimentais II

meu fio confuso
está por dar voltas
em torno do centro desconexo
sem fim ou início
vomita favores
a quem não faz idéia
pedidos completos
desejos escassos
coçeiras irritantes
bleh!

Lincoln 13/3/6

Crônicas experimentais I

Crônicas experimentais I

Se numa planta me apego
não pego, me calo
se numa cor me esmero
com ela refaço
incríveis espadas
de traços sem fim
luzes vívidas e destras
torres de marfim
pálidas reflexões
do que um dia pude querer
são as bolhas desgarradas
que me fazem esmerecer
que me derretem sem mérito
e sem afinco
pois o ser está mutado
e não pertence mais a esta realidade
já faz parte do novo espaço
e suas feridas se curam
cada dia mais rápído
até que enfim
o drama chega ao fim
até que tudo esteja empírico
e não realizado
seja breve
ou diga sim.

Lincoln Castro 10 de março de 2006